domingo, 13 de setembro de 2009

Perca peso

Você tem alergia, micose, passa mal
E toma sempre um Melhoral
A crescente agonia do seu ser denuncia
O seu cheque especial

Três por cento sobre a taxa de seguro total
Lhe parece ser banal
Acrescente Elysée Belt à lista de natal
E dá mais de três mil pau
No cheque especial

Tantas coisas pra lembrar
Tantos filhos pra criar
E dá-lhe xampu anticaspa
E dois comprimidos pra jantar

Não esqueça o perfume da mulher que tens
Nem procure desculpa
Pra dizer à sua filha que o Noel não vem
Papai Noel não vem
Deixe de lado o jogo de facas do seus sonhos
E vá buscar seu cachorro no cabeleireiro

Não esqueça o dia de casamento
Não esqueça a data de vencimento
Não esqueça o presente de sua cunhada
E perca peso agora
Perca peso agora

Se hoje seu café amanheceu gelado
Se hoje sua mulher dormiu do lado errado
Podia estar mal, mas está pior
E a tendência é se agravar
É melhor se engravatar

E eis que faltou
Aquele motivo pra pirar
Mas não há com que se preocupar
A sua hora vai chegar
E você vai se encontrar

Bebe água, dorme, não troca a cueca
Acorda e defeca e amém
Olha, gosta, compra
E perde, vende, troca ou aluga
E sua calvície nasce prematura
Como você se atura
Bêbado se dorme, cueca não se troca
Decora e afeta sua mente
Tira, tira, tora a tara, atura

Não esqueça a mulher do perfume, tenta o quê?
Nem procure sua filha
Pra dizer que o Noel, desculpa, não vem
Me desculpa, ele não vem
Deixa seus sonhos de lado e use as facas para o jogo
E vá morar com o cabeleireiro, seu cachorro

Nâo esqueça o vencimento da data
Não esqueça o casamento da chata
Não esqueça a cunhada de seu tormento
E perca peso agora
Perca peso agora

*Ainda precisa dizer algo?!*

Escute: http://www.youtube.com/watch?v=ccEKNmMKVA8

domingo, 6 de setembro de 2009

A lenda da mulher-assassina

Certo dia ouvi sobre uma lenda indígena de uma mulher extremamente sedutora e atraente que desperta desejos nos homens e os atrai para o copulação, sempre em algum lugar distante e que após o ato sexual, com o homem ainda excitado, ela o golpeia até a morte. A lenda diz que a mulher não sente paixão e não sente necessidade da companhia do homem ao seu lado. Não existe o afeto, o sentimento, apenas o desejo, pois para esta mulher, o homem serve apenas para satisfazer seus desejos sexuais e nada mais, por isso ela os mata e foge para dentro da floresta.
Busquei na Internet e encontrei apenas um filme de terror chamado “A Lenda Assassina” (Deer Woman), que conta a história da mulher-cervo. É assim que é contada a história do filme:
“Quando os Pohancas saem para uma reunião social, a mulher-cervo aparece no mato e entra na festa sem ser notada. Ela é tipo a mulher mais linda do mundo, muito sensual, uma deusa da cintura pra cima. Ela entra na festa e encontra um cara, ela o atrai para um lugar isolado, transa com ele e ai o coiceia até a morte. Ela não precisa de motivos para isso, apenas o faz. Na lenda, ela não é capturada, ela simplesmente mata aqueles que seduz e depois desaparece na floresta.”
Essa lenda poderia ser adaptada às mulheres modernas e independentes que não sonham mais com casamento e não estão em busca de sua ‘alma gêmea’. Hoje, embora as mulheres não matem os homens após a copulação, fazem dele seu brinquedo sexual e divertem-se, da mesma forma com que os homens usam as mulheres pela mesma razão. É um constante jogo de sedução.
Mulheres assim crêem que sua felicidade não depende de ter um namorado ou marido, mas também não dispensam encontros casuais onde o desejo impera sobre o romance. Existe tanta superficialidade nos relacionamentos, hipocrisia, traições, interesse...Até que ponto vale a pena investir na ‘instituição’ chamada casamento?
Os valores da sociedade moderna estão confusos, não há mais regras a serem seguidas num relacionamento e tudo é aceito com tanta naturalidade, que traições e interesses não mais condenam o ser humano a envergonhar-se por seus atos, afinal, eles são aceito socialmente agora. Então “por que ser fiel?”; “Qual motivo tenho pra respeitar a pessoa que está comigo?” ; “Será que ela é fiel a mim também?”; “Por que ter apenas um parceiro se posso ter vários?”; “Pra que se prender a um relacionamento se o companheirismo não tem mais valor e sim o desejo, que pode ser satisfeito mesmo fora de um relacionamento?”
A regra hoje é de que devo ser fiel sim! Ser fiel a mim! A meus instintos e desejos, às minhas vontades e prazeres, pois afinal, vive-se apenas uma vez! Existe pouco respeito ao outro. Não há valor pelo companheirismo e cumplicidade que existe no relacionamento. Vale mais a satisfação dos desejos carnais do que todo o sentimento envolvido.
Talvez a tal lenda indígena já demonstrasse o que poderia tornar-se o comportamento feminino após essa distorção, ou melhor, perda de valores sociais e morais.